Eu estava na estação de trem, em um café. Lia o jornal despreocupado com o horário. Porque meu trem só partiria em 3 horas e eu já estava pronto.
A voz de uma mulher me chamou a atenção, era familiar, muito suave e delicada. Eu me virava de um lado pro outro tentando descobrir de onde vinha aquela voz. Finalmente a vi, de costas, conversando com um segurança.
"Será que é ela? Mas de dreadlocks?", pensei "aquela mesma garota que estudou comigo no colegial?!"
A moça deu uma risadinha, agradeceu ao segurança e se virou.
"Não pode ser... é ela mesmo!!"
Nao sabia direito o que fazer, não sabia se lembraria de mim. Esperei pra ver se ela olhava, para então acenar. Ela passou reto. Resolvi chamá-la:
-Tainá!
Ela se virou surpresa, mas logo me reconheceu. Eu me levantei e fui comprimentá-la.
...Berlim, Londres, Nova Deli... Uau! Quantas viagens! E que coincidência nos encontrarmos ali, em uma estação de trem tão distante do Brasil. Eu tinha trabalho lá, ela apenas a intenção conhecer o mundo.
Lá estava aquela menina que sempre foi tranquila e comportada, agora viajando a procura de novas perspectivas.
A Tainá tinha uma certa inocência, mas de maneira alguma era ingênua (sempre foi esperta de mais para isso). Apesar de tudo, eu não esperava que fosse encontrá-la anos depois com essas ideias rebeldes. Quem diria?
Eu tentava prestar atenção nas suas histórias (que de fato pareciam ser emocionantes) mas simplesmente não conseguia. Ela estava radiante...
A Tainá tinha uma certa inocência, mas de maneira alguma era ingênua (sempre foi esperta de mais para isso). Apesar de tudo, eu não esperava que fosse encontrá-la anos depois com essas ideias rebeldes. Quem diria?
Eu tentava prestar atenção nas suas histórias (que de fato pareciam ser emocionantes) mas simplesmente não conseguia. Ela estava radiante...
Erik Schnabel