O absolutismo monárquico acabou, ocorreu a acenção da
burguesia e do proletariado. "Liberté, égalite e
fraternité".
Os antigos mestres artesãos, deixaram de ser
donos do seu tempo. Pois a burguesia industrial, ávida por maiores lucros,
menores custos buscou alternativas para maximizar a produção de
mercadorias. Foi na idade moderna que surgiram métodos como o fordismo e o
taylorismo.
Hoje em dia a servidão acabou, escravidão também, deixamos
de obedecer a um rei mas passamos a seguir cegamente as ordens de um líder muito
mais obscuro: A ganância.
Cédulas e moedas assumiram o papel da amizades e do
respeito. Os meios substituíram os fins. Trabalhamos sem parar a vida toda
juntando fundos para a aposentadoria. Felicidade passou a ser um mito e
sacrificamos nossa saúde física e mental em busca de status social.
Platão, em "A república", sugeriu que todos trabalhassem de
acordo com sua vocação. Instituímos uma república de fato, mas distorcemos
valores fundamentais para uma vida equilibrada. Não estamos vivemos sob uma
teocracia, ou um regime totalitário, mas não é muito diferente disso. Louvamos
um deus de papel e trabalhamos por ele. Nossos governantes pregam a liberdade,
mas nos amarram à um sistema impossível de se desvencilhar. Bem vindos ao
mundo capitalista.
Nessa organização social existem as desigualdades.
Privilégios e desvantagens entre os indivíduos. Nós acabamos esquecendo que
quando alguém tem muito, existe outro que não tem quase nada. Até sob uma visão
macro podemos observar que alguns países desenvolvidos e super organizados
enriqueceram por meio da exploração de outros.
Nas circunstâncias atuais, um país subdesenvolvido ou
emergente tem imensa dificuldade de oferecer boas condições de vida para toda a
população. Saneamento básico, saúde pública, acesso a água potável e
instalações elétricas infelizmente não fazem parte da realidade da maior parte
da população mundial.
A educação em muitos países de situação precária não é
prioridade, porque o investimento nessa área não gera lucro. Pensar a longo
prazo é difícil para um povo com fome.
São consequências da industrialização e urbanização de
países subdesenvolvidos o exôdo rural e a migração para as grandes
metrópoles. Também devido às péssimas condições de vida no campo. Na maioria
das vezes essa transição é conflituosa e desorganizada. Desse modo as grandes
metrópoles não conseguem abarcar tantas pessoas e nem o governo consegue ateder
às necessidades de todos.
Ocorre um aumento no desemprego e proliferam então as
submoradias, favelas e moradores de rua.
Outro dos grandes problemas do cidadão comum de hoje é uma rotina
massacrante. Seja no trabalho ou na escola, as pessoas estão sempre sob muita
pressão.
Nos fazem crer que somos todos competidores ao invés de
trabalharmos por um objetivo em comum. O individualismo é um conceito que se
adéqua bem à nossa realidade. Nossa vida cotidiana está sendo moldada por
vários fatores que causam grande impacto na psiquê humana.
Existem muitos distúrbios que começam na mente e acabam por
afetar aspectos físicos do indivíduo. São elas as chamadas de doenças
Psicossomáticas. A mente e o corpo têm uma íntima relação. Na maioria das vezes
quem faz essa ponte são os mecanismos inconscientes.
A substituição da mão de obra no campo pela máquina no sec.
XVIII causou um grande stress na vida dos trabalhadores. Assim como a constante obsolescência percebida em vários campos de tecnologia no ambiente de trabalho
também é um grande indicador de stress nos dias de hoje.
Devido à explosão demográfica nas cidades, o número de
carros também aumenta, o trânsito se torna insuportável, assim como a poluição
sonora.
Para qualquer lado que viramos existe uma propaganda ou um
comercial. É certo que a publicidade é essencial para o comércio e a livre
concorrência mas chega um ponto que nossa mente fica saturada de tanta
informação.
Estresse ocupacional, Síndrome do pânico e Depressão são exemplos das consequências do nosso estilo de vida moderno.
No séc.XX, as drogas também passaram a ter um novo significado, não meramente curativa ou ritualística mas ligada à busca do
prazer.
Visto por muitas pessoas como fuga de uma dura realidade, o
uso de drogas aumentou nos últimos tempos. Irônicamente o uso indiscriminado de
drogas pode tornar o usário mais vulnerável a outras patologias psiquiátricas.
Existem alternativas mais saudáveis aos famosos “tarja
preta”. A própria medicina oriental apresenta algumas como a acumpuntura ou a
medicina védica, que se integram com os vedas (os mais antigos registros
conhecidos da experiência humana). Os orientais tratavam a saúde do corpo e da
mente como uma só. Buscavam uma unidade com a natureza e todo o universo.
Uma higiene mental eficaz é uma boa defesa contra tantas
agressões. Devemos reconhecer que hoje em dia existe um padrão de beleza
idealizado e moldado pela mídia impossível de se alcançar. Nós temos que nos
aceitar do jeito que somos e ter uma visão mais vertical em relação a
vida. É sempre bom conversar consigo mesmo e buscar sempre o crescimento
pessoal.
Um filósofo romano, Junius juvenalis, já dizia “mens sana in
corpore sano” ou seja: mente sã corpo são.
Como nós não somos apenas mente, devemos também cuidar no
nosso corpo. Afinal, ele é a ferramenta mais importante para a nossa
sobrvivência sob as circunstâncias deste planeta.
Para manter nosso físico saudável, precisamos de uma boa
noite de sono, uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos
regularmente.
Lembro que já li um artigo sobre uma pílula que afirmava
reduzir as horas necessárias diárias de sono. Fiquei espantado com essa
notícia. A mente humana é muito complexa, o sono existe por um motivo. Não será
um medicamento que vai conseguir suprir essa necessidade. Inúmeras devem ser as
consequências de seu uso longo prazo.
Disseram que o objetivo era para aproveitar mais o tempo
acordado. Tenho certeza que só foi desenvolvido para no fim fazer as pessoas
trabalharem ainda mais.
Como consequências da Revolução Industrial, houve também uma
revolução agrícula, ou seja, uma modernização da agropecuária que, ao longo da história, foi possibilitando a transferência de
pessoas do campo para a cidade, principalmente como resultado da mecanização da
agricultura. Tendo em vista o suprimento de uma super população mundial, foram
desenvolvidos os agrotóxicos e transgênicos. Mas devemos nos conscientizar que
nem todos esses meios utlizados para uma maior produção de alimentos são considerados saudáveis. Até hoje não se sabe, de fato, quais são as consequências
dos alimentos modificados geneticamente.
Devido à rotina frenética dos trabalhadores, hoje em dia, se
tornaram muito populares os ditos “fast-foods”. Mesmo não sendo nem um pouco
saudáveis, se adaptaram à rotina de milhões.
No Brasil, mais de 60% dos adultos que vivem em áreas
urbanas não praticam um nível adequado de exercício físico. Boa parte destes números se deve ao famoso estilo de
vida atual. Quando a maior parte do tempo é gasto assistindo TV ou usando o
computador.
O luxo é bom até certo ponto. É verdade que a tecnologia tem
avançado muito no últimos tempos e está tornando o dia-a-dia das pessoas mais
fácil. Porém quando o luxo se tornando excessivo, passa a ser nocivo para a
saúde. Quando o computador deixa de ser ferramenta, veículo de informação e se
torna entretenimento pura e simplesmente acaba sendo mais danoso do que
benéfico.
O sedentarismo associado a uma alimentação deficiente está
gerando grandes problemas como a obesidade, hipertensão entre outros.
Sabemos que tudo o que acontece agora conosco tem um motivo,
seja histórico, biológico ou espiritual. Assim como tudo que fazemos nos dias
de hoje pode acarretar em grandes estragos em nossa vida, na sociedade ou no
mundo futuramente.
Cada vez que analisamos mais o modelo econômico que coordena
nosso estilo de vida passamos a ver mais problemas, muitos relacionados à
saúde. Por outro lado devemos reconhecer que também existem muitos aspectos
positivos advindos do capitalismo.
Nenhum sistema é perfeito, mas cabe a nós fazer o possível
para melhorá-lo. Na situação atual, o foco é o lucro. Devemos então, fazer mais
como os orientais. Ter como foco o equilíbrio e o bem estar. Não só a saúde humana como a do mundo, de todos que nele habitam e reconhecer a nossa unidade com o
cosmos.