Resultado de um cruzamento genético defeituoso entre "A origem", "Titanic", "efeito borboleta" e "Time traveler’s wife". Parece uma receita para o sucesso mas achei pretencioso, meloso, confuso e entediante.
Análise superficial de muitos temas famosos como a teoria do big crunch, teoria
das cordas, viagem no tempo e hipnose servindo de subterfúgio para entreter o
espectador até um final mirabolante. Saí do cinema com as mãos abanando, muito
confuso e decepcionado.
Terminada a crítica oficial do filme venho aqui comentar sobre o que
senti depois de assisti-lo. Na verdade não fui ao cinema ver esse filme, assisti na casa de um amigo e ainda perdi meia hora do início. Mas ele mexeu comigo ao abordar temas que sempre foram muito do
meu interesse. A primeira vista, parece uma receita perfeita para o sucesso. No entanto senti que esses temas foram envolvidos na trama de maneira muito superficial
servindo quase como um cenário para uma historia de amor meloso e irracional. Para mim o filme não passa disso.
Parece que o autor as jogou todas num caldeirão e nem se deu ao trabalho de
acrescentar um pouco de autenticidade.
Me senti um pouco ofendido com o filme pois eu me identifiquei com
ele, sendo que previamente eu já havia comentado sobre algumas dessas mesmas
teorias em meu texto “A teoria do caos”. Acontece que da mesma forma que o
autor do filme, eu as abordo superficialmente. Afinal eu não sou nenhum físico
ou guru sobrenatural e nem estou cobrando isso do autor. Então porque eu não gostei do filme? Será porque eu o
associei com o meu trabalho e isso já seria motivo suficiente para
desmerece-lo? Isso seria um péssimo sinal, demonstrando uma falta de fé extrema
em mim mesmo.
Algo parecido ocorreu quando eu estava lendo um dos livros de Paulo
Coelho. Comecei a notar uma certa semelhança entre o seu estilo de escrita com
o meu e a proximidade dos temas que eu venho explorando ultimamente com os
deles. Mas o problema foi que ao invés de usar isso como impulso e ficar
orgulhoso de mim mesmo, fiz foi desmerecer seu trabalho. Não tenho nada contra
Paulo. Pelo contrário, ele é um dos meus autores favoritos. Ele só me ajudou,
sem saber, a enxergar um problema que eu tenho comigo mesmo! Com certeza isso é
algo que deve ser resolvido, ainda não sei como. Talvez eu saiba, mas precise consultar
um psicólogo. Ou simplesmente precise ter coragem o suficiente pra cavoucar nas
profundezas do meu ser a procura de uma cura, enfrentando o meu próprio eu. Mas
deixando de lado meus problemas internos por um instante, vamos analisar outras
possibilidades.
Não estou completamente convencido de que eu não gostei do filme só
por lembrar a mim mesmo. Penso se não foi essa semelhança somada ao enredo, ao
meu ver, fraco fazendo-me associar essa falha a mim.
Me peguei pensando que se fosse eu o autor do filme teria o mesmo
senso crítico que tenho agora como espectador e não me permitiria oferecer a
outras pessoas algo que não fosse bom o suficiente para mim. Então, se eu estou
criticando esse filme, deveria me considerar capaz de fazer algo melhor. Pois
criticaria a mim mesmo da mesma forma que agora critico o filme. Essa ideia me
deixou um pouco mais animado. De certa forma eu estaria certo pois eu leria meu
trabalho e não me contentaria com algo que estivesse fora dos eixos para mim. Mas
eu sei que logo no início esse raciocínio já estava equivocado. Pois é
impossível analisar seu trabalho como um expectador. Seu senso crítico se
desvirtua porque cria ligações emocionais. Além de que, mesmo melhorando seu trabalho
até parecer perfeito para ti, nunca será sequer bom para todos. Cada um enxerga
o mundo da sua forma.
Eu achei o filme pretencioso, meloso, confuso e entediante. Mas pode
ter sido maravilhoso pra outros e eu estou aqui fazendo papel de filho da puta
metendo ferro no filme. Com certeza vai aparecer alguém pra dizer que eu não entendi o filme por isso não gostei. Mas porra, formei minha opinião baseado nas minhas limitações intelectuais, o que não deixa de ser a minha opinião! Se feri o sentimento de
algum fã, minhas sinceras desculpas,
Erik Schnabel