"Simplesmente despertei, no meio da madrugada. Um ser muito estranho estava cara-a-cara comigo, quase debruçado sobre minha cama.
Parecia um homem. Pelo menos tinha uma forma humanóide. Dois braços, duas pernas, um par de olhos, boca, nariz. Porém, no lugar das orelhas, havia uma protuberância. Como um head phone. Sem falar que o sujeito era multi-colorido e seus membros todos desproporcionais.
Ele chegou mais perto ainda e disse baixinho:
- A mente é muito poderosa! Ela pode te fazer escutar o que não existe. Ou simplesmente fazê-lo não escutar nada, como se estivesse com um tampão de ouvido.
Logo me vi usando tampões, como se tivessem se materializado. Notei que estava no completo e absoluto silêncio.
Cintura fina, os olhos grandes e alongados. A imagem de Buda ou Shiva era o que mais se assemelhava com este ser. Bom, foram elas que me vieram à cabeça naquele momento.
Me levantei da cama e tirei os tampões de ouvidos. Pude escutar novamente o trilar dos grilos e os outros barulhos que preenchem a noite.
Ele tinha um andar estranho e desengonçado. Começou a balançar a cabeça pra frente e para traz, passou então a mover o corpo todo para cima e para baixo e disse:
- Venha comigo!
Então lá estávamos, eu e uma criatura imaginária, no meio do quarto, balançando como um barco em auto-mar.
- Está ouvindo? - Perguntou.
Eu não tinha entendido o que ele queria que eu ouvisse. Mas em pouco tempo comecei a ouvir gaivotas, o barulho do casco batendo na água e derrepente estava em uma caravela portuguesa navegando. Olhei ao meu redor e vi a água espirrando no convés a cada onda que cortávamos.
- Sim, estou ouvindo! - Gritei.
O mar foi sumindo e agora eu balançava em uma rede. O ser se transformou na minha professora de história. E ficamos abraçados por um tempo deitados na rede. Eu tentei beijá-la. O que eu estranhei foi que ela pareceu não se importar. Que beijo delicioso!"
Tive esse sonho na noite anterior à uma prova final do colégio. Eu estava estudando sem parar à algumas semanas. Eu gosto de pensar que, de fato, um ser bondoso me visitou nesse sonho para me passar alguns ensinamentos sobre como a mente é poderosa. Podemos nos concentrar totalmente em algo ou delirar com coisas insistentes.
Talvez esse personagem colorido e diferente tenha assumido a forma da minha professora para eu reconhecê-lo como um "mestre". Oriundo, provavelmente, de um campo sutil ele não deve ter gênero, sexo. Ou seja, eu que o vi depois como mulher, acho que por isso não se importou em me beijar também.
Erik Schnabel
Parecia um homem. Pelo menos tinha uma forma humanóide. Dois braços, duas pernas, um par de olhos, boca, nariz. Porém, no lugar das orelhas, havia uma protuberância. Como um head phone. Sem falar que o sujeito era multi-colorido e seus membros todos desproporcionais.
Ele chegou mais perto ainda e disse baixinho:
- A mente é muito poderosa! Ela pode te fazer escutar o que não existe. Ou simplesmente fazê-lo não escutar nada, como se estivesse com um tampão de ouvido.
Logo me vi usando tampões, como se tivessem se materializado. Notei que estava no completo e absoluto silêncio.
Cintura fina, os olhos grandes e alongados. A imagem de Buda ou Shiva era o que mais se assemelhava com este ser. Bom, foram elas que me vieram à cabeça naquele momento.
Me levantei da cama e tirei os tampões de ouvidos. Pude escutar novamente o trilar dos grilos e os outros barulhos que preenchem a noite.
Ele tinha um andar estranho e desengonçado. Começou a balançar a cabeça pra frente e para traz, passou então a mover o corpo todo para cima e para baixo e disse:
- Venha comigo!
Então lá estávamos, eu e uma criatura imaginária, no meio do quarto, balançando como um barco em auto-mar.
- Está ouvindo? - Perguntou.
Eu não tinha entendido o que ele queria que eu ouvisse. Mas em pouco tempo comecei a ouvir gaivotas, o barulho do casco batendo na água e derrepente estava em uma caravela portuguesa navegando. Olhei ao meu redor e vi a água espirrando no convés a cada onda que cortávamos.
- Sim, estou ouvindo! - Gritei.
O mar foi sumindo e agora eu balançava em uma rede. O ser se transformou na minha professora de história. E ficamos abraçados por um tempo deitados na rede. Eu tentei beijá-la. O que eu estranhei foi que ela pareceu não se importar. Que beijo delicioso!"
Tive esse sonho na noite anterior à uma prova final do colégio. Eu estava estudando sem parar à algumas semanas. Eu gosto de pensar que, de fato, um ser bondoso me visitou nesse sonho para me passar alguns ensinamentos sobre como a mente é poderosa. Podemos nos concentrar totalmente em algo ou delirar com coisas insistentes.
Talvez esse personagem colorido e diferente tenha assumido a forma da minha professora para eu reconhecê-lo como um "mestre". Oriundo, provavelmente, de um campo sutil ele não deve ter gênero, sexo. Ou seja, eu que o vi depois como mulher, acho que por isso não se importou em me beijar também.
Erik Schnabel