sábado, 5 de julho de 2014

Carruagem

Rastros pelo céu
e eles observam pela torre,
o olho que tudo vê não é de papel

O homem já caminhava e se perguntava
o porque dessa dádiva, maldição
dessa santa ignorância, o porquê da razão

Eu já tentei de tudo
escadas e pontes,
do vertical ao horizonte

Se é pra alcançar os deuses
ou deles se esconder, eu já não sei
mas soube um tempo atrás 

O brilhante semblante branco
enfrenta uma fera de diamantes
cortes e pus, por um chicote leviano 

Dão muito valor pro oco humano
mas é tanta a densidade do amor astral
contraste entre duas faces
de uma mesmo papel

O anjo caído inveja o pai
e sabota a sua criação
na dormência dos sentidos
se faz nosso inferno pessoal

Eu juro era inocente
mas quando o bem se compra, o mal se faz
eu quero dar e receber
me isolar mas pertencer

mas um dia o cordeiro escolhe 
entre ser lobo ou leão
e o olho que tudo vê
se volta pra torre de babel

O desafio é a propulsão do meu foguete
para cruzar a estratosfera, domar a minha fera

Daqui vamos para outra dimensão!
Se a vontade é agora, sem segunda intenção:
Aqui tudo é permitido!

Erik Schnabel

Nenhum comentário:

Postar um comentário