sábado, 20 de dezembro de 2008

A posse de um Anjo






“Que casa grandiosa! Bonita, que salão gigantesco! Tudo tão brilhante! Mas onde estou? Como eu vim parar aqui? De quem é essa casa?”
- Erik, está na hora de acordar! Se apronte para a escola!
- Hum... Tá bom...
Ainda com as imagens de meu sonho na cabeça, muito sonolento me levantei e fui para o banheiro e reflia enquanto lavava o rosto:
“Que sonho estranho! Tive a sensação de conhecer esse lugar há muito tempo!”
No carro, tentei contar meu sonho para a minha mãe, mas aparentemente não dava muita atenção ao que eu dizia...
... - Erik! – Acordei de repente.
- Responda a questão da pag. 47! Se não souber pode sair de sala...
- Mas professor, eu faltei aula passada!
- Você teve tempo mais do que suficiente para fazer o dever de casa no fim de semana!
Furioso, me dirigi para sala da coordenação.
Quando eu sentei no banco de espera a porta se abriu e a corrdenadora saiu conversando com um homem de terno.
- Olha, com uma boa reforma, aquela velha casa da 26 pode se transformar na instalação que esta escola procura. - Surgeriu ele.
- Obrigada, nós vamos anilizar essa possibilidade. Eu estou muito ansiosa para comprar essa casa e transforma-la numa biblioteca, quando eu me reunir com os outros coordenadores eu te ligo.
Os dois apertaram as mãos e o homem saiu.
- Próximo! – Chamou a coordenadora.
Me levanto e entro na sala com certa timidez.
Já no caminho de casa:
- Como vai a escola filho? Tá indo bem?
- É...
- Hum... Filho, nós temos que começar a nos comunicar mais! Tenho que notado que você está um tanto disperso!
- Eu estou bem! Você não precisa ficar me interrogando!
Minha mãe ficou irritada irritada, fiz bem em ficar calado até chegar em casa.
Observando a paisagem em movimento, vi a casa abandonada com uma faixa enorme escrito “vende-se”.
- Hum... deve ser esta a casa que a escola pretende comprar...
Observando atentamente aos detalhes, ela acabou se assemelhando muito a estrutura que vi em meu sonho, o que fez despertar um sentimento de curiosidade muito forte dentro de mim!
O mais estranho é que ao olhar para a janela principal, vi uma silhueta projetada no vidro, mas eu não consegui identificar a imagem...
... - Mãe me passa o lombo?
- Claro!...
- Hum... Errr... – Demonstrei certa inquietude na mesa de jantar.
- O que foi filho? - Sabe aquela casa antiga aqui perto? Você sabe quem construiu?
- Sei sim. Minha mãe dizia que foi um homem rico que construiu para seus filhos, mas no fim, ninguém quis morar nela. O senhor acabou morando nessa casa sozinho, mamãe dizia que ele era um homem muito solitário!
- Imagino...
Na hora de dormir, quando começo a cair no sono, imagens daquela velha mansão inundam meus pensamentos, só que dessa vez tinha alguém no sonho que me fazia muitas perguntas:
“O que você faz aqui? Veio me ajudar? Veio me tirar daqui?"
Acordei repentinamente na madrugada, muito ofegante!
Lembrando das cenas que sonhei, pouco a pouco, percebo que tinha uma presença muito forte e real, uma presença feminina. Isso foi o suficiente para eu me decidir! Na tarde do dia seguinte iria descobrir o que essa casa tinha de tão misteriosa!
Cheguei da escola e fui direto me preparar. Peguei minha lanterna e um casaco.
Saí de casa, andei até de fronte à mansão, vi que o muro era muito alto, mas tinha uma árvore ao lado que me auxiliaria a pular para o outro lado.
Dentro do terreno, percebo que o mato chega até meus joelhos.
Cheguei bem perto da casa, e vi na janela a mesma imagem projetada no vidro que tinha visto do carro, uma sombra, que agora mais próximo, pude perceber que mais se assemelhava a um anjo de cabeça para baixo...
A porta estava sem tranca, só encostada. Entrando na casa, vejo que esta totalmente escuro, como então poderia existir uma sombra projetada na janela?
Liguei a minha lanterna e vi o mesmo salão do sonho, mas completamente deteriorado, sujo e as janelas cobertas com jornais.
Fui andando pelo salão, um lugar cheio de poeira, o que me fez começar a espirrar. Então cobri meu nariz com a manga do casaco. Comecei a me sentir tonto, cambaleei deixando cair a lanterna no chão, me ajoelhei e caí inconsciente.
Acordo com uma gritaria. Levantei atordoado e ouço uma discussão:
- Fique aqui Isadora! Fique aqui comigo!
- Você é doente! Largue-me seu maluco!
- Você me deve! Eu te amo Isadora! Você tem que ficar aqui comigo! Ahhhhh, cretina! Volte aqui!
- O que eu estou fazendo aqui? Quem são vocês?
Perplexo eu gritava para chamar atenção das pessoas naquela sala, uma linda mulher de cabelos negros e um homem gordo de cabelos ralos, mas eles não me ouviam nem notaram minha presença e continuaram discutindo.
A mulher saiu pela porta principal com muita pressa, e o gordo homem foi atrás muito irritado.
Permaneci ali abismado e refletindo com o que poderia ter acontecido comigo:
“Estou na linda casa que tinha sonhado! Será isso tudo um sonho? Será que ainda estou vivo? Aquelas pessoas não me viam nem escutavam! Sou apenas um espectador passivo. Talvez esteja fora do meu próprio corpo como um espírito!” , meus pensamentos foram interrompidos com uma batida de porta e uma entrada muito barulhenta.
- Não quer ficar comigo hein? Mas você não está em condições de saber o que você quer ou não!
O homem gordo entrou no porão, de onde trouxe um livro que começou a ler e a entoar canticos realmente muito estranhos.
Pegou uma estatueta do bolso na forma de um anjo, e pendurou-a na janela de ponta cabeça e novamente se foi.
“É possível que eu esteja vivenciando o passado. Mas nem sei em que data estou. Não vejo nenhuma forma de voltar ao normal... Talvez eu tenha que viver essa experiência por completo”, pensava.
Não sei quanto tempo se passou depois da saída daquele estranho homem, mas quando entrou na casa novamente estava suado, arrastando um saco com algo muito volumoso dentro. Imaginei que fosse um corpo pelo seu formato. Fiquei preocupado e segui o homem até o quarto, onde ele tirou uma mulher de dentro do saco! Aquela mulher que havia discutido com ele anteriormente. Ele a botou em cima da cama e ficou ao seu lado acariciando seus cabelos.
Esperei o homem sair do aposento. Notei um machucado em sua testa, parecia uma forte pancada. Tentei sacudir a pobre mulher com a intenção de acordá-la, mas minhas mãos a atravessaram! Nunca imaginaria que algo assim fosse acontecer comigo! Eu não podia interferir em nada naquele estranho lugar.
Comecei a chamá-la. O que ao menos surtiu algum efeito, ela se moveu levemente. Descobri que ela estava viva, porém desacordada e que pelo menos, minhas palavras tinham uma pequena influência naquele ambiente.
O homem gordo voltou ao quarto com um imenso cutelo na mão, pegou a mulher e a levou para o banheiro. Deitou-a na banheira e entoando novamente os mesmos canticos estranhos começou a esquartejá-la! Virei o rosto. Uma visão tão desagradável, a ponto de embrulhar meu estômago...
Notei que ao mesmo tempo em que seu sangue rubro espirrava sujando a cortina da banheira, uma energia estranha saía do corpo da mulher e se propagava pelo banheiro, essa energia me passava uma sensação de agonia e aprisionamento.
Apavorado, saí correndo daquele lugar o mais rápido possível, passei pelo corredor até chegar ao grande salão, ao tentar sair pela porta, fiquei paralisado.
Percebendo que não conseguiria sair pela porta, desapontadíssimo, dei meia volta e caminhei até o centro do salão aonde me sentei.
Pensava em como sair de lá: “Imagino que eu vou ter que ajudar aquela mulher de alguma forma.Se eu consegui influenciá-la quando estava na cama, talvez eu tenha a possibilidade de ajudá-la.”
Quando me dei conta e olhei ao meu redor, percebi que a mansão não estava mais bonita e reluzente como antes, parecia que tinha se passado muito tempo, mas ainda não estava com o mesmo aspecto de quando entrei lá pela primeira vez.
O homem gordo reapareceu, muito velho e fraco! Depois de passar pela porta mancando, se aproximou da estatueta na forma de anjo e disse:
- Afinal, você ficou comigo, não? HAHAHAHA!
Enquanto o velho se afogava em suas gargalhadas eu escuto um leve gemido, tentei me concentrar, para saber de onde vinha, quando percebi que vinha da própria estatueta! Seria a alma da mulher que tinha sido morta pelo macabro homem aprisionada naquele objeto? Se eu quisesse sair dali, eu seria forçado a libertá-la!
Fui até o porão, a procura do livro que o homem havia entoado.
O porão estava totalmente vazio, só tinha um livro no jogado no chão. Quando cheguei perto, o livro se abriu sozinho! Na página que foi aberta havia algo escrito que me chamou atenção. Eu sabia ler aquilo! Senti uma sensação me forçando a pronunciar as benditas palavras:
- Ho liberato voi poveri anima! – Gritei com todas as minhas forças! Por um instante nada aconteceu, tudo ficou calmo e silencioso...
Desperto lentamente com um longo suspiro. Vejo-me na mesma casa velha e deteriorada que havia entrado.
Estava no escuro, mas minha lanterna no chão ao meu lado iluminava a velha parede descascada do salão.
Percebo certa serenidade no local, um silêncio bonito, a ponto de se querer contemplar...
Saí da casa, ainda era de dia, parece que na mesma hora que entrei...
...Finalmente cheguei em casa e minha mãe estava recebendo uma ligação da escola. Do outro lado da sala olhou fixamente para mim, ainda com o telefone encostado no ouvido e diz claramente:
- Isso! Parece que o Erik vai ficar de castigo nos próximos dias!...
...Durante meu sono, sinto uma energia se apropriando de minha mente, porém, uma energia tranqüila.
Naquele momento, soube que eu tinha concluído o que a mulher, a bela mulher de cabelos negros, havia me pedido. Assim pude continuar com meus sonhos com toda a tranqüilidade concedida pelo meu anjo.
Caí em um sono profundo, muito profundo, profundo...
...- Póximo!
Pulo do banco com um susto ao escutar a coordenadora me chamando. - Hum, novamente tenho a honra de ter sua presença na coordenação Sr. Erik?
Erik Barros

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Um Conto controverso...



- Durma bem Luara.
- Boa noite pai. Até amanhã.
Como de costume, depois de botar sua filha para dormir, Ricardo foi assistir ao telejornal de Brasília.
O jornal já tinha iniciado, mas a matéria que Ricardo queria ver estava prestes a começar:
- Estamos na companhia do astrônomo Hermam Schnaider, para responder algumas curiosas questões na nossa entrevista.
Dr. Herman, qual a sua explicação sobre os dois astros que se encontram no céu desde 3º feira à noite? - Perguntou a jornalista.
- Creio que se trate apenas de dois meteoritos.
Mesmo possuindo um porte razoavelmente grande, não apresentam risco algum. O material desse tipo de meteorito sempre se queima quando adentra na atmosfera terrestre. - Respondeu o ciêntista. E prosseguiu. - É bom, nesse momento, acabar com certos rumores que surgiram recentemente relacionados à esses dois meteoritos... Podemos afirmar que não se trata de cometas, meteoros, satélites desativados e muito menos de naves espaciais! - Completou com risadinhas.
- Vamos acompanhar imagens exclusivas desses meteoritos do observatório estadual! - Disse a jornalista também contagiada pelas infames risadinhas.
- Nossa! Tenho a ligeira impressão que eles estão se movimentando! – Comentou agora com um tom mais sério.
-Isso se deve à poeira atmosférica, que...
-Não! Eles estão realmente se movimentando, estão caindo!
-Imagino que isso se expli...
Ricardo escutou um estrondo como um trovão.
Confuso, percebe que sua filha entrou na sala. Então desligou rapidamente a televisão.
- Pai, não consigo dormir... Eu escutei um barulho! Fica comigo?
- Está bem, mas você tem que acordar cedo amanhã, tem que dormir logo!
Ele acompanhou Luara até o seu quarto, a pôs para dormir e ficou lá até ela adormecer.
Foi para sala e voltou a ligar a televisão:
- Podemos ver o movimento da polícia e dos bombeiros na zona sul do Jardim Botânico. - Informa a repórter.
Ricardo ficou assustado, por ele morar praticamente ao lado do jardim botânico. Por sorte não causou nenhum dano a sua casa.
- Peritos dizem que foram encontrados sinais de queimaduras nas árvores, e rastros no chão, mas não encontraram nenhum meteorito, a causa da queima das folhas ou do barulho - Diz a repórter.
Ricardo ficou apreensivo sobre a situação de sua irmã, Rafaela, que também mora próximo de onde ocorreu o acidente.
Desligou a televisão e pegou o telefone. Tentou ligar mas estava sem sinal. Então resolveu ir até a casa de sua irmã e averiguar o que realmente tinha acontecido naquela noite...
- Lú, acorda! Temos que ir visitar a tia Rafa!
- Mas por quê? - Retrucou Luara.
- Levanta logo e bota um casaco!
Ricardo estava com sua filha no colo e o molho de chaves do carro na mão. Aproximava-se da porta quando escutou a campainha...
"quem será a essa hora? Talvez seja minha irmã", pensou.
- Filha, vai pro seu quarto e me espera lá, ok?
Ela abriu a porta e deu de cara com uma criança muito esquisita de aspecto envelhecido, rugas e uma coloração acinzentada.
E perguntou:
- Quem é você? O que quer?
Muda, a criança com seus olhos arregalados e sem expressão encarava Ricardo enquanto a porta por tráz dele se fechava lentamente.
Luara, já no seu quarto escutou seu pai gritar. Então correu até a varanda.
Ao virar no corredor viu seu pai do lado de fora. Estava partindo de mãos dadas com uma criança. Notou que e porta estava se fechando. Então correu ainda mais rápido mas a porta se fechou antes que ela pudesse chegar.
Luara não conseguiu abri-la, parecia que tinha sido trancada.
Batia na porta e gritava:
- Pai! Pai! Abra a porta!
A porta começou a vibrar intensamente. Uma luz vermelha passava pelas suas frestas de um lado para o outro enquanto um zombido insurrecedor atacava os ouvidos de Luara.
O barulho foi aumentando a medida que a luz acelerava.
Essa luz vermelha era capaz de iluminar o cômodo todo por baixo da porta.
Todo esse caos derrepente foi substituido por um silêncio aterrorizante e a luz vermelha cessou. Nesse instante Luara conseguiu abrir a porta. Mas viu que na varanda não tinha nada nem ninguém. Apenas as folhas secas sendo arrastadas pelo vento daquela fria madrugada de outono.

Erik Barros

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Expressão Musical



A música, um dos meios de expressão mais utilizados pela humanidade, desde os tempos imemoriais...

No entanto, eu descobri esse lado da música nesses últimos 2 meses através prática. Mesmo tocando bateria e violão a minha vida toda, eu não nunca toquei utilizando-os como maneira de expressar minhas emoções. Há pouco tempo comecei a simplesmente "brincar" com o violão e desse modo surgiram minhas primeiras composições.

Utilizando os instrumentos dessa forma você encontra um modo muito mais construtivo e divertido para liberar a raiva, do que ficar puto e sair por aí fazendo merda. Tá com raiva? Pega a viola e vai tirar um som...

Essa atitude, de canalizar sua emoção em algum trabalho pode te auxiliar a relaxar. Pode utilizá-la como uma válvula de escape, como uma descarga das energias acumuladas nas costas pelo dia-a-dia. É só deixar a inspiração vir e fluir.

Todos nós devemos encontrar uma maneira de nos lavarmos emocionalmente. Essa é a maneira mais saudavel de lidar com suas angústias.

Erik Barros

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Religião dos Poderosos


Estive pensando, sobre religião. Sobre o modo que o ser humano encontrou para se apoiar e criar esperanças, se introduzindo em núcleos sociais, sendo eles comunidades que compartilham opiniões sobre “mitos” ou melhor, não compartilham, seguem uma idéia formada por um precursor místico.
Essa idéia vai sendo modificada, pelos poderosos cultuados pelas comunidades religiosas, mas nós não podemos fazer o mesmo. Nós somos obrigados a ACREDITAR não só nas idéias propostas pelo precursor da religião, mas também nas impostas pelos líderes religiosos. De onde o PAPA tirou o poder de acabar com o purgatório? Porque o evangelho de Maria Madalena não é considerado pertencente à Bíblia? Aliás, onde estão estes evangelhos? Porque a igreja esconde e cria segredos, qual é o seu interesse?
Ela possui o PODER de ludibriar as pessoas para crerem em uma única verdade e a essência vai se perdendo...
Se for assim, pense bem. Porque cada pessoa não modifica religião a sua maneira? Se for assim, porque cada um não desenvolve suas próprias ideias de acordo com o que considera plausível? Não digo que o que os profetas diziam era errado, mas falo que hoje em dia nós não cultuamos mais os princípios antigos, mas sim uma religião flexibilizada de acordo com os interesses políticos dos líderes religiosos. E a religião passa a ser politizada pelo poder concedido por nós aos “líderes”.
Imagino eu que, se cada um de nós se preocupasse com o seu próprio desenvolvimento, não precisaríamos de uma receita pronta para desenvolver nossa religiosidade. Na minha opinião, deveríamos cuidar de nossos pensamentos, crenças, e crer no que achamos correto, ou optarmos por simplesmente não crer em nada. Então, não seríamos forçados a lidar com atitudes PRÉ-conceituosas das pessoas por causa de descrença na opinião do OUTRO.
Já não basta a corrupção e conflitos governamentais, e temos que aturar movimentos separatistas religiosos! Acredito que a religião sirva para nos influenciar de modo positivo.
Se você assumir uma religião, não saia difamando outros com atitudes racistas ou preconceituosas. Afinal, o que Jesus faria?

Erik Barros