segunda-feira, 18 de junho de 2012

O grito


O medo é fundamental para a sobrevivência do ser humano. De maneira quase instintiva nos faz fugir do perigo. Já o pânico é um estado em que o indivíduo perde completamente a razão, por alguns instantes, se desconecta da realidade. Sob uma intensa cartase pode explodir, vomitando toda a angústia e agonia que até então pesavam nas entranhas.
A volta para a realidade se faz de pouco em pouco. Vários elementos representam esse "religar", como as coisas importantes para si e a necessidade de lutar por elas. Percebemos que na vida não vale apena só existir ou se lamentar. Temos que tirar de todas as experiências algo positivo e tentar enfrentar nossas próprias sombras, buscando sempre a evolução.




Erik Schnabel

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A busca do ser humano pelo equilíbrio nos dias de hoje

O absolutismo monárquico acabou, ocorreu a acenção da burguesia e do proletariado. "Liberté, égalite e fraternité".
  Os antigos mestres artesãos, deixaram de ser donos do seu tempo. Pois a burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos buscou alternativas para maximizar a produção de mercadorias. Foi na idade moderna que surgiram métodos como o fordismo e o taylorismo.
Hoje em dia a servidão acabou, escravidão também, deixamos de obedecer a um rei mas passamos a seguir cegamente as ordens de um líder muito mais obscuro: A ganância.
Cédulas e moedas assumiram o papel da amizades e do respeito. Os meios substituíram os fins. Trabalhamos sem parar a vida toda juntando fundos para a aposentadoria. Felicidade passou a ser um mito e sacrificamos nossa saúde física e mental em busca de status social.
Platão, em "A república", sugeriu que todos trabalhassem de acordo com sua vocação. Instituímos uma república de fato, mas distorcemos valores fundamentais para uma vida equilibrada. Não estamos vivemos sob uma teocracia, ou um regime totalitário, mas não é muito diferente disso. Louvamos um deus de papel e trabalhamos por ele. Nossos governantes pregam a liberdade, mas nos amarram à um sistema impossível de se  desvencilhar. Bem vindos ao mundo capitalista. 
Nessa organização social existem as desigualdades. Privilégios e desvantagens entre os indivíduos. Nós acabamos esquecendo que quando alguém tem muito, existe outro que não tem quase nada. Até sob uma visão macro podemos observar que alguns países desenvolvidos e super organizados enriqueceram por meio da exploração de outros.
Nas circunstâncias atuais, um país subdesenvolvido ou emergente tem imensa dificuldade de oferecer boas condições de vida para toda a população. Saneamento básico, saúde pública, acesso a água potável e instalações elétricas infelizmente não fazem parte da realidade da maior parte da população mundial.
A educação em muitos países de situação precária não é prioridade, porque o investimento nessa área não gera lucro. Pensar a longo prazo é difícil para um povo com fome.
São consequências da industrialização e urbanização de países subdesenvolvidos o exôdo rural e a migração para as grandes metrópoles. Também devido às péssimas condições de vida no campo. Na maioria das vezes essa transição é conflituosa e desorganizada. Desse modo as grandes metrópoles não conseguem abarcar tantas pessoas e nem o governo consegue ateder às necessidades de todos.
Ocorre um aumento no desemprego e proliferam então as submoradias, favelas e moradores de rua.
Outro dos grandes problemas do cidadão comum de hoje é uma rotina massacrante. Seja no trabalho ou na escola, as pessoas estão sempre sob muita pressão.
Nos fazem crer que somos todos competidores ao invés de trabalharmos por um objetivo em comum. O individualismo é um conceito que se adéqua bem à nossa realidade. Nossa vida cotidiana está sendo moldada por vários fatores que causam grande impacto na psiquê humana.
Existem muitos distúrbios que começam na mente e acabam por afetar aspectos físicos do indivíduo. São elas as chamadas de doenças Psicossomáticas. A mente e o corpo têm uma íntima relação. Na maioria das vezes quem faz essa ponte são os mecanismos inconscientes.
A substituição da mão de obra no campo pela máquina no sec. XVIII causou um grande stress na vida dos trabalhadores. Assim como a constante obsolescência percebida em vários campos de tecnologia no ambiente de trabalho também é um grande indicador de stress nos dias de hoje.
Devido à explosão demográfica nas cidades, o número de carros também aumenta, o trânsito se torna insuportável, assim como a poluição sonora.
Para qualquer lado que viramos existe uma propaganda ou um comercial. É certo que a publicidade é essencial para o comércio e a livre concorrência mas chega um ponto que nossa mente fica saturada de tanta informação.   
Estresse ocupacional, Síndrome do pânico e Depressão são exemplos das consequências do nosso estilo de vida moderno.
No séc.XX, as drogas também passaram a ter um novo significado, não meramente curativa ou ritualística mas ligada à busca do prazer.
Visto por muitas pessoas como fuga de uma dura realidade, o uso de drogas aumentou nos últimos tempos. Irônicamente o uso indiscriminado de drogas pode tornar o usário mais vulnerável a outras patologias psiquiátricas.
Existem alternativas mais saudáveis aos famosos “tarja preta”. A própria medicina oriental apresenta algumas como a acumpuntura ou a medicina védica, que se integram com os vedas (os mais antigos registros conhecidos da experiência humana). Os orientais tratavam a saúde do corpo e da mente como uma só. Buscavam uma unidade com a natureza e todo o universo.
Uma higiene mental eficaz é uma boa defesa contra tantas agressões. Devemos reconhecer que hoje em dia existe um padrão de beleza idealizado e moldado pela mídia impossível de se alcançar. Nós temos que nos aceitar do jeito que somos e ter uma visão mais vertical em relação a vida. É sempre bom conversar consigo mesmo e buscar sempre o crescimento pessoal.
Um filósofo romano, Junius juvenalis, já dizia “mens sana in corpore sano” ou seja: mente sã corpo são.
Como nós não somos apenas mente, devemos também cuidar no nosso corpo. Afinal, ele é a ferramenta mais importante para a nossa sobrvivência sob as circunstâncias deste planeta.
Para manter nosso físico saudável, precisamos de uma boa noite de sono, uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos regularmente.
Lembro que já li um artigo sobre uma pílula que afirmava reduzir as horas necessárias diárias de sono. Fiquei espantado com essa notícia. A mente humana é muito complexa, o sono existe por um motivo. Não será um medicamento que vai conseguir suprir essa necessidade. Inúmeras devem ser as consequências de seu uso longo prazo.
Disseram que o objetivo era para aproveitar mais o tempo acordado. Tenho certeza que só foi desenvolvido para no fim fazer as pessoas trabalharem ainda mais.
Como consequências da Revolução Industrial, houve também uma revolução agrícula, ou seja, uma modernização da agropecuária que, ao longo da história, foi possibilitando a transferência de pessoas do campo para a cidade, principalmente como resultado da mecanização da agricultura. Tendo em vista o suprimento de uma super população mundial, foram desenvolvidos os agrotóxicos e transgênicos. Mas devemos nos conscientizar que nem todos esses meios utlizados para uma maior produção de alimentos são considerados saudáveis. Até hoje não se sabe, de fato, quais são as consequências dos alimentos modificados geneticamente.
Devido à rotina frenética dos trabalhadores, hoje em dia, se tornaram muito populares os ditos “fast-foods”. Mesmo não sendo nem um pouco saudáveis, se adaptaram à rotina de milhões.
No Brasil, mais de 60% dos adultos que vivem em áreas urbanas não praticam um nível adequado de exercício físico. Boa parte destes números se deve ao famoso estilo de vida atual. Quando a maior parte do tempo é gasto assistindo TV ou usando o computador.
O luxo é bom até certo ponto. É verdade que a tecnologia tem avançado muito no últimos tempos e está tornando o dia-a-dia das pessoas mais fácil. Porém quando o luxo se tornando excessivo, passa a ser nocivo para a saúde. Quando o computador deixa de ser ferramenta, veículo de informação e se torna entretenimento pura e simplesmente acaba sendo mais danoso do que benéfico.
O sedentarismo associado a uma alimentação deficiente está gerando grandes problemas como a obesidade, hipertensão entre outros. 
Sabemos que tudo o que acontece agora conosco tem um motivo, seja histórico, biológico ou espiritual. Assim como tudo que fazemos nos dias de hoje pode acarretar em grandes estragos em nossa vida, na sociedade ou no mundo futuramente.
Cada vez que analisamos mais o modelo econômico que coordena nosso estilo de vida passamos a ver mais problemas, muitos relacionados à saúde. Por outro lado devemos reconhecer que também existem muitos aspectos positivos advindos do capitalismo.
Nenhum sistema é perfeito, mas cabe a nós fazer o possível para melhorá-lo. Na situação atual, o foco é o lucro. Devemos então, fazer mais como os orientais. Ter como foco o equilíbrio e o bem estar. Não só a saúde humana como a do mundo, de todos que nele habitam e reconhecer a nossa unidade com o cosmos. 






Erik Schnabel