domingo, 19 de agosto de 2012

Uma visita inesperada

"Simplesmente despertei, no meio da madrugada. Um ser muito estranho estava cara-a-cara comigo, quase debruçado sobre minha cama.
Parecia um homem. Pelo menos tinha uma forma humanóide. Dois braços, duas pernas, um par de olhos, boca, nariz. Porém, no lugar das orelhas, havia uma protuberância. Como um head phone. Sem falar que o sujeito era multi-colorido e seus membros todos desproporcionais.
 Ele chegou mais perto ainda e disse baixinho:
- A mente é muito poderosa! Ela pode te fazer escutar o que não existe. Ou simplesmente fazê-lo não escutar nada, como se estivesse com um tampão de ouvido.
Logo me vi usando tampões, como se tivessem se materializado. Notei que estava no completo e absoluto silêncio.
Cintura fina, os olhos grandes e alongados. A imagem de Buda ou Shiva era o que mais se assemelhava com este ser. Bom, foram elas que me vieram à cabeça naquele momento.
Me levantei da cama e tirei os tampões de ouvidos. Pude escutar novamente o trilar dos grilos e os outros barulhos que preenchem a noite.
Ele tinha um andar estranho e desengonçado. Começou a balançar a cabeça pra frente e para traz, passou então a mover o corpo todo para cima e para baixo e disse:
- Venha comigo!
Então lá estávamos, eu e uma criatura imaginária, no meio do quarto, balançando como um barco em auto-mar.
- Está ouvindo? - Perguntou.
Eu não tinha entendido o que ele queria que eu ouvisse. Mas em pouco tempo comecei a ouvir gaivotas, o barulho do casco batendo na água e derrepente estava em uma caravela portuguesa navegando. Olhei ao meu redor e vi a água espirrando no convés a cada onda que cortávamos.
- Sim, estou ouvindo! - Gritei.
O mar foi sumindo e agora eu balançava em uma rede. O ser se transformou na minha professora de história. E ficamos abraçados por um tempo deitados na rede. Eu tentei beijá-la. O que eu estranhei foi que ela pareceu não se importar. Que beijo delicioso!"

Tive esse sonho na noite anterior à uma prova final do colégio. Eu estava estudando sem parar à algumas semanas. Eu gosto de pensar que, de fato, um ser bondoso me visitou nesse sonho para me passar alguns ensinamentos sobre como a mente é poderosa. Podemos nos concentrar totalmente em algo ou delirar com coisas insistentes.
Talvez esse personagem colorido e diferente tenha assumido a forma da minha professora para eu reconhecê-lo como um "mestre". Oriundo, provavelmente, de um campo sutil ele não deve ter gênero, sexo. Ou seja, eu que o vi depois como mulher, acho que por isso não se importou em me beijar também.

Erik Schnabel

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Quem sou eu?


Meu nome é Erik. Nasci em Los Angeles, California. Sou fruto do amor entre duas pessoas. Um amor monogâmico e singelo (ate onde eu sei). Isso enquanto eles, meus pais, passavam um tempo nos Estados Unidos estudando.
Voltei ao Brasil cedo, por volta dos 2 anos de idade. Desde cedo eu fui mais voltado para o lado das artes e tinha um grande interesse pela música.
Sofria muita influência dos meus familiares. Meu pai tocava violão, minha mãe já foi cantora. Os dois acabaram entrando em um curso de bateria. Então, seguindo o exemplo deles e tive meu primeiro contato com a música, atravéz da bateria. Fui o único que de fato deu continuidade aos estudos. E a bateria que eu pratico, hoje em dia, foi inicialmente da minha mãe.
Aos oito anos, mudei de um colégio pequeno para um 7 vezes maior. Foi uma grande mudança. Fiz muitos amigos e alguns deles estão do meu lado até hoje.
Lá tive minhas primeiras aulas de violão e toquei caixa na banda marcial por alguns anos.
Tive uma infância e pré-adolescência meio incomuns. Enquanto a maioria dos meus amigos passavam o recreio jogando bola, eu e outros poucos soltávamos a imaginação. Procurávamos desvendar os mistérios da vida. Primeiramente queríamos ser espiões internacionais. Crescemos um pouco e começamos a pesquisar sobre magia e ocultismo. Depois nos especializamos em ufologia, meditações e parapscicologia.
Muitas vezes eu me revoltava e acabava batendo de frente com alguns colegas que não entendiam essa minha visão de mundo. Para mim não bastava aquela vida cotidiana rasa e sem graça. Tinha que haver algo mais! Mais tarde eu descobri que não se deve discutir sobre certos temas com quem não compartilha do mesmo interesse que você. Disseram-me uma vez: “Não dê pérolas aos porcos”. Foi essa frase que me fez, a partir de então, guardar a maioria das minhas idéias para mim mesmo.
Teve até uma época em que eu quis ser físico quântico! Isso logo depois de assistir “Quem somos nós”. Mas é claro que eu comecei a aprender física de verdade e vi que não era bem assim. Existe um longo caminho até a anti-matéria, buracos negros e outras dimensões. Um caminho que eu não estou disposto a percorrer, pelo menos ainda não. Mesmo assim tenho vontade de cursar física na universidade. Uma maneira de enfrentar esse “medo” da matemática.
Com o tempo eu fui esquecendo dessas viagens metafísicas e fui adentrando em um mundo com menos fantasia e questionamentos.
Desenvolvi um grande interesse por artes marciais, que associavam um pouco do trabalho espiritual com o físico. O que me fez melhorar meus hábbitos alimentares e explorar os limites do meu corpo.
Descobri mais uma paixão, o skate. Pratiquei também o famoso le parkour (mas nesse caso não dei muita continuidade devido à uma lesão no pé).
Eu me envolvi com música a vida toda. Porém somente por volta da oitava série é que eu comecei a utilizá-la como forma de expressão. Foi quando comecei a compor. Posso dizer que não so um músico muito habilidoso. Eu me orgulho das minhas criações, não da técnica.
Criei este blog também, aonde comecei a desenvolver mais a escrita. Sei que poucos acessam, mas não tem problema. Eu o tenho mais para arquivar meus textos e pensamentos.
Nessa época coloquei os estudos em segundo plano. Essa foi uma decisão que tomei conscientemente com o intuito de dedicar mais tempo à minha criatividade. E funcionou, até porque isso foi em 2009, o mesmo ano em que eu compus mais músicas até hoje. Eu ainda acho que valeu a pena. Isso porque nós somos feitos de escolhas e eu não teria me tornado quem sou hoje se não fossem as experiências pelas quais eu passei. Porém essa "inversão de prioridades" poderia ter sido feita de maneira mais saudável e menos prejudicial à minha formação escolar. Quando me dei conta já era tarde de mais e eu tento compensar esses prejuízos até hoje.
Com a chegada do ensino médio as coisas só pioraram. Muitas matérias de uma vez e tudo isso coincidindo com uma fase da vida em que existem novas descobertas. Começamos a frequentar outros tipos de lugares, conhecer novas pessoas. A noite na cidade é nossa! Dormimos tarde, acordamos cedo, cochilamos nas aulas e dá no que dá. Semelhanças não são meras coincidências. Esse é o retrato de uma fase conturbada chamada adolescência, acontece com todos. Ou pelo menos deveria.
Não somos máquinas, ninguém pode nos programar para seguir tais e tais comandos. Temos que quebrar a cara de vez enquando. Aprendemos com os erros para internalizar os ensinamentos da vida. Com certeza não os aprendemos todos na escola. Mas é lá que nos instruimos para aí sim seguir preparados pela nossa viagem, aptos para encontrar uma profissão e nos sustentar, alimentando esse sistema aonde o capital é quase um sinônimo de felicidade. Fazer o que?
Eu tento procurar a felicidade nas coisas simples da vida. Procuro atravéz da visão, audição, olfato, paladar, tato...
Tento sempre elevar meus pensamentos para não me prender à um ciclo vicioso de intrigas e conflitos desnescessários. Repito, tento. Não sou perfeito, ainda estou aprendendo, mas pelo menos tentar já é alguma coisa.
Amadurecer se trata de encontrar o equilíbrio entre todas as coisas. Consegui já um resultado em balancear a imaginação com a realidade, isso eu faço hoje atravéz da arte. Espero ainda alcançar o caminho do meio em muitas outras áreas da vida. Emoção versus razão é um exemplo. Equilibrar as obrigações e entretenimento também e desse modo segue uma lista que só faz aumentar.
Como disse, estou só começando essa viagem no tempo até o dia da minha morte. Espero ainda viver muitas experiências, alegrias e decepções. Para então, ultrapassar todas barreiras. É isso o que talvez exista de mais importante. O que para mim dá sentido à vida, o crescimento.

Erik Schnabel