quarta-feira, 26 de junho de 2013

Animalúnico

O único animal que desvirtua seu instinto de sobrevivência
Machuca os outros, pois machuca a si mesmo
Se apavora com o que não existe
Fantasia com o que não deseja
Se tortura, mata mesmo e se deixa morrer
Edifica o seu próprio arranha céu
Só pra se jogar
Depois dizem que a natureza é cruel
Mas nela não ha má índole
Sua lei é a da evolução, essa é a lei universal
E o homem a ignora pois foi a escola, teve educação
Parece praga ou até maldição
Essa santa ignorância que chamamos de razão

domingo, 23 de junho de 2013

Mr. Nobody


Resultado de um cruzamento genético defeituoso entre "A origem", "Titanic", "efeito borboleta" e "Time traveler’s wife". Parece uma receita para o sucesso mas achei pretencioso, meloso, confuso e entediante. Análise superficial de muitos temas famosos como a teoria do big crunch, teoria das cordas, viagem no tempo e hipnose servindo de subterfúgio para entreter o espectador até um final mirabolante. Saí do cinema com as mãos abanando, muito confuso e decepcionado.

Terminada a crítica oficial do filme venho aqui comentar sobre o que senti depois de assisti-lo. Na verdade não fui ao cinema ver esse filme, assisti na casa de um amigo e ainda perdi meia hora do início.  Mas ele mexeu comigo ao abordar temas que sempre foram muito do meu interesse. A primeira vista, parece uma receita perfeita para o sucesso. No entanto senti que esses temas foram envolvidos na trama de maneira muito superficial servindo quase como um cenário para uma historia de amor meloso e irracional. Para mim o filme não passa disso. Parece que o autor as jogou todas num caldeirão e nem se deu ao trabalho de acrescentar um pouco de autenticidade.
Me senti um pouco ofendido com o filme pois eu me identifiquei com ele, sendo que previamente eu já havia comentado sobre algumas dessas mesmas teorias em meu texto “A teoria do caos”. Acontece que da mesma forma que o autor do filme, eu as abordo superficialmente. Afinal eu não sou nenhum físico ou guru sobrenatural e nem estou cobrando isso do autor. Então porque eu não gostei do filme? Será porque eu o associei com o meu trabalho e isso já seria motivo suficiente para desmerece-lo? Isso seria um péssimo sinal, demonstrando uma falta de fé extrema em mim mesmo.
Algo parecido ocorreu quando eu estava lendo um dos livros de Paulo Coelho. Comecei a notar uma certa semelhança entre o seu estilo de escrita com o meu e a proximidade dos temas que eu venho explorando ultimamente com os deles. Mas o problema foi que ao invés de usar isso como impulso e ficar orgulhoso de mim mesmo, fiz foi desmerecer seu trabalho. Não tenho nada contra Paulo. Pelo contrário, ele é um dos meus autores favoritos. Ele só me ajudou, sem saber, a enxergar um problema que eu tenho comigo mesmo! Com certeza isso é algo que deve ser resolvido, ainda não sei como. Talvez eu saiba, mas precise consultar um psicólogo. Ou simplesmente precise ter coragem o suficiente pra cavoucar nas profundezas do meu ser a procura de uma cura, enfrentando o meu próprio eu. Mas deixando de lado meus problemas internos por um instante, vamos analisar outras possibilidades.
Não estou completamente convencido de que eu não gostei do filme só por lembrar a mim mesmo. Penso se não foi essa semelhança somada ao enredo, ao meu ver, fraco fazendo-me associar essa falha a mim.
Me peguei pensando que se fosse eu o autor do filme teria o mesmo senso crítico que tenho agora como espectador e não me permitiria oferecer a outras pessoas algo que não fosse bom o suficiente para mim. Então, se eu estou criticando esse filme, deveria me considerar capaz de fazer algo melhor. Pois criticaria a mim mesmo da mesma forma que agora critico o filme. Essa ideia me deixou um pouco mais animado. De certa forma eu estaria certo pois eu leria meu trabalho e não me contentaria com algo que estivesse fora dos eixos para mim. Mas eu sei que logo no início esse raciocínio já estava equivocado. Pois é impossível analisar seu trabalho como um expectador. Seu senso crítico se desvirtua porque cria ligações emocionais. Além de que, mesmo melhorando seu trabalho até parecer perfeito para ti, nunca será sequer bom para todos. Cada um enxerga o mundo da sua forma.
Eu achei o filme pretencioso, meloso, confuso e entediante. Mas pode ter sido maravilhoso pra outros e eu estou aqui fazendo papel de filho da puta metendo ferro no filme. Com certeza vai aparecer alguém pra dizer que eu não entendi o filme por isso não gostei. Mas porra, formei minha opinião baseado nas minhas limitações intelectuais, o que não deixa de ser a minha opinião! Se feri o sentimento de algum fã, minhas sinceras desculpas,


Erik Schnabel