sábado, 7 de junho de 2014

Desabafo em versos

















Será que vale se guardar em um cofre?
Essa é a paz de um coração de pedra
Você jura que era de ouro maciço
mas guardado é impossível saber se ainda existe
Quando ele pousa sobre a terra fofa,
o contraste entre o magenta e a sujeira
te faz ter certeza da efemeridade da vida
Minhocas se movem por entre as veias,
espasmos descompassados
entregues à profanidade do mundo
Você apareceu como um fantasma,
surgiu da névoa de mágoas passadas
Perguntei ao destino se era pra ser,
disputa acirrada entre pensar e viver
Motivos você tinha, só não eram os mesmos que eu
Adentrou meu território, capturou a bandeira,
colheu um "eu te amo" prematuro
Quem sente mais é também quem sofre
Mas deve-se saber o que quer
por isso não existem vítimas
As dores são os mestres dessa dimensão
Saiu por entre meus dedos como fumaça
depois de ter feito minha cabeça
Não se via no espelho como boa companhia
tentava tapar o buraco que você mesma cavou
Aproveite e se deite lá, acaba servindo como adubo
Por fim, jogo flores sobre teu peito
Confiança, respeito e sinceridade,
foram essas escolhidas e ceifadas pelo tempo
Terra arada e revolvida
raízes mais fortes hão de se instaurar

Erik Schnabel